A chapa “Contra a Corrente: a luta continua!” é formada por assistentes sociais de diversas áreas de atuação profissional. Reúne profissionais recém-formados, em exercício e já aposentados. Profissionais que vivenciaram diversas experiências, contemplando as inúmeras áreas conhecidas de intervenção profissional. Assistentes sociais da academia (com experiência na ponta) e de fora dela. É uma chapa com pluralidade geracional. É uma chapa formada por homens e mulheres, negras e brancas, heterossexuais e homossexuais. Enfim, assistentes sociais.
Desde o Congresso da Virada, em 1979, o Serviço Social brasileiro vem construindo uma direção crítica para sua intervenção junto à realidade. Afirmou princípios éticos emancipatórios e redefeniu competências e atribuições profissionais que a sintonizasse com os novos desafios postos, tendo como horizonte a construção de uma sociedade sem exploração, dominação e opressão de classe, gênero, etnia e orientação sexual.
O Conjunto CFESS/CRESS (Conselho Federal e Conselhos Regionais de Serviço Social) vem cumprindo papel importante na afirmação dessa concepção de profissão. Nesse sentido a defesa do exercício profissional de qualidade passa pela defesa do Código de Ética e das competências e atribuições presentes na Lei de Regulamentação da Profissão, função primeira do CRESS. Acreditamos que as estratégias de fiscalização e de orientação profissional ganham uma relevância extrema nesse contexto e passam a englobar inúmeras ações políticas, desde o incentivo à qualificação de assistentes sociais, a realização de seminários, minicursos e atividades comemorativas do mês de maio, como também a participação em instâncias de controle social democrático, sindicatos e no fortalecimento dos espaços de organização que lutam por políticas públicas e a garantia e ampliação de direitos. A orientação deve ser o eixo central das ações de fiscalização profissional.
O CRESS-RJ, em 2013, comemorou 50 anos de existência. O Conjunto CFESS/CRESS é um patrimônio da categoria, e fortalecê-lo é tarefa daqueles que defendem uma profissão reconhecida por seu compromisso com uma cidadania ampliada, com justiça social efetiva e com uma ordem societária sem desigualdades, em que cada indivíduo possa ser de fato livre.
Sabemos que defender essa concepção de profissão não é fácil no nosso dia-a-dia profissional no contexto que vivemos. Desde os anos 1990, uma ofensiva conservadora assola o cenário brasileiro. Conquistas democráticas são atacadas pelos segmentos dominantes. As necessidades do capitalismo se sobrepõem às necessidades humanas. E isso coloca desafios enormes para a defesa do Serviço Social que queremos.
Cada dia mais assistentes sociais são requisitados para cumprir tarefas e ordens que acabam por dificultar o acessos de cidadãos a seus direitos fundamentais. Muitas vezes assistentes sociais são convocados para fiscalizar o cotidiano dos “pobres”, ou simplesmente cumprirem tarefas rotineiras que pouco exploram o potencial que a profissão possui. Práticas higienistas, carregadas de visões pré-concebidas ou construídas a partir da ideologia dominante, empurram a profissão para um exercício policialesco, desqualificado, e, em alguns casos, até mesmo repressor diante de demandas concretas e legítimas da população brasileira.
Estamos contra a corrente. E por isso, a luta continua. Essa é a luta da classe trabalhadora e dos segmentos de classe que sofrem todos os tipos de exploração, opressão e dominação. É de todos aqueles que defendem os direitos humanos na sua prática. É de todos aqueles que se indignam e que acreditam que uma nova ordem é possível.
Mas a luta também é nossa, de assistentes sociais. A luta é por garantir, cotidianamente, acesso e ampliação de direitos dos usuários, espaços de educação permanente para a categoria (em tempos de intensa precarização da educação), de reflexão coletiva e crítica, de construção de estratégias para a defesa e o reconhecimento do Serviço Social como uma profissão comprometida com valores emancipatórios e contra-hegemônicos.
Toda a nossa categoria é herdeira direta da virada profissional e o CRESS-RJ é,um espaço legítimo de todas e todos assistentes sociais. Convidamos para que conheçam algumas de nossas propostas e estendemos o convite para que, conosco, no cotidiano do Conselho e em seu local de trabalho, por todo o nosso estado, possamos construir coletivamente o Serviço Social que defendemos e contribuir para que continuemos na luta e contra a corrente!
Aqui, algumas de nossas propostas:
• Priorizar a orientação a assistentes sociais no sentido de prevenir a ocorrência de violações éticas e das normativas profissionais.
• Realizar debates com a categoria sobre sigilo profissional.
• Intensificar a dimensão pedagógica da Política Nacional de Fiscalização, estimulando a elaboração de projetos de intervenção profissional nos espaços de trabalho, em consonância com o projeto ético-político profissional do Serviço Social.
• Fortalecer em todo o estado a articulação política entre o CRESS-sede, as Seccionais de Campos dos Goytacazes e de Volta Redonda, e os Núcleos, de modo a potencializar a organização política de assistentes sociais.
• Ampliar o debate sobre a organização sindical de assistentes sociais, e estimular sua sindicalização, prioritariamente em entidades comprometidas com a unificação das lutas da classe trabalhadora;
• Construir estratégias para ampliar a publicação de notícias e posicionamentos do Serviço Social na mídia (tradicional e alternativa) através de um plano sistematizado de assessoria de imprensa.
• Pautar nos Fóruns de Supervisão de Estágio da ABEPSS, das universidades e demais espaços de debate as demandas e possibilidades estratégicas acerca da Educação Permanente para assistentes sociais como forma de reafirmar o estágio como dimensão fundamental de formação profissional e aprimoramento intelectual.
• Garantir a transparência na gestão administrativa e financeira do CRESS, dando maior visibilidade às ações organizativas e administrativas do CRESS através dos meios de comunicação do CRESS e prestações de contas e respeitando a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011).
• Promover o II Congresso de Assistentes Sociais do estado do Rio de Janeiro, em 2016, preparatório para o Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS).
• Defender a assembleia da categoria como o espaço mais democrático de decisão sobre o valor da anuidade do CRESS.
• Manter e ampliar a articulação com os movimentos sociais e iniciativas dos trabalhadores que apontem para a perspectiva da luta pela garantia e ampliação dos direitos humanos e a defesa das políticas sociais de caráter público, universal, de qualidade sob a gestão direta do Estado e o controle social dos trabalhadores.
• Dar continuidade às ações de combate à homofobia, ao racismo e à violência de gênero, discutindo com a categoria a mediação dessas lutas com o exercício profissional e a adoção de políticas públicas.
Conheça o conjunto de nossas propostas. Acesse o nosso blog www.Chapacress2014.wordrpress.com e nos acompanhe no Facebook!
Componentes da chapa concorrente ao CRESS-RJ – “Contra a Corrente: a luta continua!”
Presidente: Rodrigo Silva Lima
Vice-presidente: Denise Nicacio Pereira
1º Secretário: Carlos Felipe Nunes Moreira
2ª Secretária: Márcia Denise de Canena
1ª Tesoureira: Carolina Cruz da Silva
2ª Tesoureira: Mônica Simone Pereira Olivar
Conselho Fiscal:
Presidente: Vanessa Bezerra de Souza
1ª vogal: Christiane dos Passos Guimarães
2ª vogal: Nelson Félix Lima Neto
Suplentes:
1- Charles Toniolo de Sousa
2- Eliane Santos de Assis
3- Glicia Nick de Oliveira
4- Silvia Dabdab Calache Distler
5- Maria de Fátima Alves Canazaro Vasconcellos
6- Moara Paiva Zanetti
7- Vera Sodré de Araújo
8 – Débora Rodrigues de Araújo
9- Carla Maria Diniz Fernandez