As ações afirmativas, também conhecidas como politicas de reconhecimento, se distinguem, sobretudo pelo seu caráter especifico, ou seja, são ações voltadas para grupos que vivem em condições históricas de subalternidade, como, dentre outros, os negros, mulheres, portadores de deficiência, homossexuais. Através de programas específicos, as ações afirmativas se constituem como um instrumento político voltado para inclusão de grupos que vivem historicamente em condição de desigualdade social, principalmente no campo da educação e no mercado de trabalho, muito embora seu campo de intervenção seja muito maior. Além de ser um instrumento de inclusão, possibilita uma maior diversidade e representatividade de grupos desiguais e também agem no campo dos “efeitos persistentes” (Barbosa, 2003) de ordem cultural, pedagógica e psicológica de exclusão desses grupos, que se originaram no passado e que ainda se mantêm presentes e atuantes.
Desta forma, as políticas afirmativas provocam alterações na esfera da igualdade/desigualdade e também no “campo da consciência social”.
A implementação de políticas afirmativas nas universidades e empresas públicas e privadas vem evidenciando mudanças concretas nas relações cotidianas dos sujeitos beneficiários e não beneficiários e no funcionamento das diversas instituições envolvidas. É, sobretudo, este caráter abrangente da própria política, que justifica a realização de estudos acerca da temática.
Desta forma, o número 32 da Revista O Social em Questão pretende publicar artigos que analisem experiências de ações afirmativas no Brasil e em outros países, assim como seus dilemas e avanços no campo da garantia dos direitos de grupos específicos tanto na esfera das desigualdades sociais quanto na proposta de reconhecimento das diferenças.
Políticas de ação afirmativa: Direito e reconhecimento
Organizadores:
Andréia Clapp Salvador (PUC-Rio)
Antonio José Barbosa de Oliveira (UFRJ)
Os artigos devem ser enviados até o dia 30 de maio de 2014 para o e-mail:
osq@puc-rio.br
Para maiores informações sobre as normas editoriais:
http://osocialemquestao.ser.pu
