Opera Mundi – Apesar de fugirem da pobreza e violência da América Central há anos, em 2014 o número de crianças refugiadas desacompanhadas presas na fronteira dos Estados Unidos com o México atingiu um pico assombroso. Ao fim do ano fiscal de 2014, os Estados Unidos tinham capturado mais de 68 mil crianças na fronteira, resultando num turbilhão midiático e político.

Com a recente divulgação da polícia americana da fronteira de que o número de crianças migrantes desacompanhadas e capturadas na divisa dos Estados Unidos com o México diminuiu dramaticamente, pode parecer que a crise acabou. A queda de 51% desde o ano passado é significante, certamente, e algumas fontes da imprensa elogiaram os esforços colaborativos do governo americano em resolver o que o presidente Barack Obama chamou de “situação humanitária urgente”. Porém, depois de conversar com alguns jovens migrantes desacompanhados nos centros de detenção de imigrantes no México neste verão, não estamos convencidos.

Na verdade, a “situação humanitária urgente” não está perto de ser resolvida, mas está meramente deslocando-se para o lado sul da divisa, onde crianças continuam a ser presas e deportadas em um ritmo alarmante. Em vez de resolver a “crise na fronteira”, os Estados Unidos decidiram terceirizar o policiamento da imigração para o México.

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