25 de Julho Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
25 de julho, dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha! Se como nos diz Jurema Werneck “nossos passos vêm de longe”, a oficialização dessa data como o dia de Tereza de Benguela – líder quilombola, símbolo da resistência Negra no Brasil colonial – representa uma conquista da histórica luta das Mulheres Negras.
Mais do que isso, nesta data afirmamos que nós Mulheres Negras da América Latina e do Caribe estamos juntas e firmes no enfrentamento ao racismo.
O racismo é estrutural e estruturante da sociedade capitalista, e a formação social, econômica e política brasileira constituiu uma gama de expressões do racismo. Ressaltar isso é demarcar que o racismo não é um desvio moral, mas sim um sistema de opressões, que assim como o machismo, estrutura nossa sociedade.
A mais nítida expressão do racismo estrutural é sem dúvida a flagrante desigualdade racial do Brasil.
Assistentes sociais podem constatar cotidianamente que as desigualdades sociais são extremamente racializadas, sobretudo porque a pobreza e as violações de direitos incidem sobremaneira na população negra. A população que atendemos é majoritariamente negra, porque é majoritariamente negra a população desempregada, precarizada, criminalizada, sem moradia, sem acesso à saúde e à educação… Heranças de uma sociedade escravocrata.
Além disso, é no interior das instituições públicas e privadas, nas quais atuamos, que o racismo se reproduz em uma de suas formas mais complexas: o racismo institucional.
O racismo institucional não é tão nítido e flagrante quanto às desigualdades raciais, mas também atravessa as políticas públicas e o fazer profissional de assistentes sociais em todas as instituições.
Os exemplos mais perversos de racismo institucional são a Polícia Militar e o Sistema de Justiça. Afinal, tratam-se de instituições estruturadas para promover a criminalização, o encarceramento e o genocídio, sobretudo da Juventude Negra.
Mas o racismo institucional é muito mais amplo e se reproduz nas políticas públicas, inclusive por assistentes sociais.
Neste sentido, se faz necessário e urgente que assistentes sociais compreendam o racismo institucional, não apenas para deixar de reproduzi-lo, mas sobre tudo para enfrenta-lo.
O Projeto ético político do Serviço social expressa seu compromisso com o enfrentamento desse sistema de opressão. Neste sentido, há que se intervir sobre o racismo institucional que faz com que Mulheres Negras sejam as maiores vítimas do feminicídio, da violência obstétrica e da mortalidade materna. Há que se encarar que as Mulheres Negras são dilaceradas pelo genocídio de seus filhos, netos, companheiros. Há que se enfrentar as desigualdades salariais e a posição subalterna a qual Mulheres Negras têm sido submetidas. Há que se comprometer em reverter as desigualdades raciais.
E por entender que o combate ao racismo deve também atravessar nosso exercício profissional, é que convidamos você assistente social a pensar sobre o racismo institucional no atendimento do serviço social, sobretudo no atendimento a mulher negra.
Venha debater com a gente no dia 01 de agosto na Comissão de Gênero, Etnia e Diversidade Sexual do CRESS-RJ
“Racismo Institucional no atendimento a mulher negra: um debate necessário ao exercício profissional.”