CFESS lança e-book, com dados sobre formação, condições de trabalho e exercício profissional. Vai ter live especial no dia 29 de setembro!
Quem é a categoria de assistentes sociais no país? Qual o número total? De que forma se graduaram? Quanto recebem de salário por mês? Onde trabalham? Estas são algumas das perguntas cujas respostas trazem uma análise recente sobre a situação de profissionais do Serviço Social no Brasil. Elas estão reunidas na nova publicação lançada pelo CFESS, o “Perfil de Assistentes Sociais no Brasil: Formação, Condições de Trabalho e Exercício Profissional”, já disponível no site.
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Bastante aguardado pela categoria e pelo Conjunto CFESS-CRESS, o documento é fruto do trabalho das três últimas gestões do CFESS, inclusive a atual, que se encerra em 2023. Análise dos resultados da pesquisa e a elaboração dos textos são de autoria das assistentes sociais e professoras Ivanete Boschetti, Joaquina Barata, Raquel Raichelis e Rosa Prédes.
Para a presidenta do CFESS, Elizabeth Borges, a nova publicação é um marco histórico para a profissão, já que a última pesquisa sobre o perfil da categoria é de 2005. “Desejamos que o relatório sobre o perfil de assistentes sociais ora lançado seja uma fonte de informação para a categoria e para a sociedade, na direção do fortalecimento da luta por direitos e condições de trabalho, da política de fiscalização profissional, do direcionamento ético-político para a elaboração de normativas e para o aprimoramento das ações e estratégias em defesa da profissão”, analisa a conselheira.
O relatório apresenta informações que possibilitam uma aproximação do perfil profissional de assistentes sociais no Brasil, com base nos dados coletados durante a campanha de recadastramento nacional do Conjunto CFESS-CRESS, realizado entre final de 2016 e 2019, por meio do Portal “Viva sua Identidade”. É importante destacar que o número de respondentes é considerável e significativo do universo profissional, uma vez que ao final da pesquisa, em 31/12/2019, houve 44.212 participantes do recadastramento nacional, que correspondiam a 25,04% do total de 176.524 assistentes sociais com inscrição ativa à época.
De acordo com a professora Ivanete Boschetti, o Conjunto CFESS-CRESS tem um material essencial para instrumentalizar suas ações e prerrogativas de regulamentação da profissão. “Os resultados da pesquisa são um poderoso farol para orientar as ações e investimentos na profissão. A pesquisa revela quem é, onde se graduou a maioria da categoria profissional, o que pode auxiliar as universidades e pesquisadores/as a refletir sobre os processos formativos, para conectar a formação às demandas profissionais e investir cada vez mais na formação com qualidade e comprometida eticamente com a defesa de direitos e superação das históricas desigualdades que marcam a sociedade brasileira”, avalia Boschetti.
A professora Rosa Prédes avalia que a pesquisa será fundamental para a profissão e também para a pesquisa nas universidades, como uma referência nacional. “Certamente temos um documento estratégico para dar visibilidade à profissão no contexto atual e, com isso, munir a categoria com informações estratégias para a luta por melhores condições de trabalho. Além disso, a publicação será um importante subsídio para as disciplinas que discutem os fundamentos da profissão, como um instrumento para apresentarmos a realidade profissional do Serviço Social aos/às estudantes e os desafios que temos pela frente”, aponta ela.
O que é marcante sobre o perfil da categoria
Em relação ao perfil, um dos pontos de destaque é que a categoria segue majoritariamente composta por mulheres, mas com ampliação do gênero masculino. Há também maior incidência de pessoas LGBTQIA+. Além disso, sob o aspecto da religião, assistentes sociais seguem, majoritariamente, professando a fé católica, mas com ampliação de religiões evangélicas. Também se registra o crescimento significativo do percentual de profissionais que se declaram negras, pretas e pardas.
Quanto à formação, prevalece uma maioria graduada pelo ensino privado e se verifica o aumento de profissionais egressas/os do ensino à distância (EaD), ainda que sejam minoria. Outro ponto importante foi o aumento da busca profissional pela qualificação e titulação em âmbito de pós-graduação. Em relação ao trabalho, a maioria declarou possuir apenas um vínculo profissional, predominando baixos salários, especialmente nos municípios, e contratações precarizadas, realizadas por meio de contratos temporários.
“Essa pesquisa, ansiosamente esperada, é mais do que um retrato do perfil profissional. Ela nos fornece elementos relevantes para conhecer quem são as/os assistentes sociais e, assim, podermos enfrentar coletivamente os desafios do tempo presente”, afirma a professora Raquel Raichelis.
Pandemia e nova realidade
A presidenta do CFESS, Elizabeth Borges, lembra ainda que os dados contidos na pesquisa são anteriores ao momento da pandemia de Covid-19 e, certamente, não revelam as profundas alterações no contexto de trabalho advindas da crise sanitária e política brasileira na atualidade. No entanto, é possível verificar o aprofundamento da exploração, terceirização, precarização. aumento do controle e novas tecnologias nos espaços de trabalho da categoria.
“Ainda assim, os dados registrados poderão oferecer pistas importantes acerca do período pré-pandêmico, lançando luzes às análises, aos dados e às informações que nos permitirão conhecer mais a realidade de trabalho de assistentes sociais em todos os estados brasileiros e, ademais, poderão subsidiar pesquisas futuras”, completa a conselheira.
Vai ter live especial de lançamento
No dia 29 de setembro, às 19h30, o CFESS promoverá uma live especial de lançamento da publicação, com a participação das professoras Ivanete Boschetti, Joaquina Barata, Raquel Raichelis e Rosa Prédes, para um diálogo com a categoria.
A transmissão on-line ocorrerá pelos perfis do CFESS no YouTube (cfessvideos) e no Facebook (cfessoficial). Quem quiser participar receberá certificado pela atividade. O público poderá saber mais sobre os dados divulgados e fazer perguntas às professoras, por meio do chat. Participe e divulgue também!