Como consequência de um conjunto de atividades de extensão foi realizado o primeiro seminário “Desafios e possibilidades do Serviço Social junto à população trans” na UERJ. O evento aconteceu na última sexta-feira, dia 23/1, e contou com a presença de várias profissionais do estado. O evento teve como norte a discussão da condição de vida dessa classe e também estratégias de enfrentamento das desigualdades sobretudo no cotidiano profissional.
Uma das mesas mais aguardadas trazia relatos das assistentes sociais sobre a sua atuação junto aos transexuais. Lívia foi uma das palestrantes, assistente social do Centro de Cidadania LGBT de Nova Friburgo, relatou o caso da Daniela (nome fictício), usuária trans.
Formada em Direito, aos 32 anos ela entrou em contato com o centro pela primeira vez com o intuito de buscar ajuda para se ‘assumir mulher’. Ela era extremamente masculinizada, Daniela viveu boa parte da sua vida como homem e construiu uma carreira estável para ter esse poder de mudança. As dificuldades sempre foram muito grandes. Quando participava de uma comissão de direitos homoafetivos da AOB de Teresópolis boa parte da comissão se dirigia a ela como “ele” mesmo depois da mudança. Depois de se travestir e iniciar as cirurgias ela perdeu muitos clientes. Ela nunca teve namorada ou namorado e depois de muito tempo trabalhando junto com Lívia ela confessou que era lésbica, uma trans que tem atração sexual pelo sexo feminino. A assistente social confessou que ficou muito feliz por esse caso não causar hoje o mesmo espanto que causava há um ano atrás em seminários similares. Para ela é um sinal de que estamos evoluindo.